Proposta
A partir da leitura dos textos motivadores abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para o combate ao etarismo no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Os idosos correspondem a quase 15% da população brasileira. Apesar das estatísticas de aumento da longevidade nos últimos tempos, eles ainda sofrem preconceito. (…) Segundo a médica e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Ivete Berkenbrock, o etarismo aumenta a cada ano que a pessoa envelhece, tendo consequências até mesmo psicológicas. “O preconceito afeta a saúde mental da pessoa, porque ela tende a ficar em isolamento, não se sente confortável no ambiente onde ela é basicamente rejeitada por de ter mais de 60 anos. Isso pode levar à depressão, porque a cada vez que a pessoa pensa em fazer algo, ela interioriza isso”. Além do impacto na saúde mental da população idosa, o etarismo também afeta o cotidiano. Em entrevista, Ivete explicou que atividades de lazer e locais para prática de atividade física, por exemplo, não contam com acessibilidade. Para a especialista, promover acesso apenas à área da saúde é uma forma de resumir os idosos às doenças, negligenciando a realização de seus prazeres.
(O que é etarismo e como a discriminação por idade impacta a vida de idosos. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/o-que-e-etarismo-e-como-a-discriminacao-por-idade-impacta-a-vidade-idosos/)
Quem nunca ouviu a frase “Você não tem mais idade para isso!”?
Esse tipo de opinião pode ser classificada como etarismo ou ageísmo, que consiste no preconceito, na intolerância, na discriminação contra pessoas com idade avançada. Nos Estados Unidos, o termo é discutido desde a década de 60 e, na Europa, recentemente novas leis foram criadas contra a discriminação etária na esfera profissional. Infelizmente, no Brasil, o termo ainda é pouco conhecido.
Vagas de emprego são negadas “devido à idade” e até mesmo atividades que proporcionem bem-estar à pessoa – como, por exemplo, matricular-se em uma academia – são vistas como não adequadas. Até mesmo o simples fato de a pessoa não querer expor a idade demonstra isso.
(O que é etarismo e qual seu impacto na vida do idoso. Disponível em: https://www.sbgg-sp.com.br/o-quee-etarismo-e-qual-seu-impacto-na-vida-do-idoso/)
O cenário atual do mercado de trabalho para idosos no Brasil revela uma tendência crescente que merece atenção e políticas específicas. Conforme dados do Observatório dos Direitos Humanos (ObservaDH), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), em 2022, o país registrou um recorde de 4 milhões de pessoas idosas trabalhando na informalidade.
Este número representa um aumento de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado e um crescimento significativo de 36,6% desde o início da pandemia, no segundo trimestre de 2020. A informalidade atinge pessoas idosas que perderam empregos formais, nunca tiveram carteira assinada, ou se aposentaram e retornaram ao mercado de trabalho para complementar a renda.
Em alusão ao Junho Violeta, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania joga luz sobre a questão pela perspectiva do etarismo, que é um dos principais preconceitos que dificultam o acesso dessa população ao mercado de trabalho formal. O aumento na informalidade entre os trabalhadores mais velhos também pode ser atribuído a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19, que levou muitas pessoas a garantirem renda na informalidade.
Na avaliação do coordenador-geral de Direitos Humanos e Empresas do ministério, Luiz Gustavo Lo-Buono, esse preconceito contra pessoas, com base na idade, remonta a construção histórica do modelo de trabalho. "Essa discriminação tem origens múltiplas, incluindo a construção de estereótipos, a estrutura social desigual do país e a lógica capitalista das empresas, que priorizam lucro e produtividade", observou. “Esses três elementos compõem um pouco dessa visão mais geral sobre discriminação, ambiente de trabalho e informalidade de alguns grupos e são cruciais para entender esse movimento", acrescentou.
(Entenda como o etarismo contribui para a exclusão de pessoas idosas do mercado de trabalho formal. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2024/junho/entenda-como-o-etarismocontribui-para-a-exclusao-de-pessoas-idosas-do-mercado-de-trabalho-formal)
(Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2024/junho/entenda-como-o-etarismocontribui-para-a-exclusao-de-pessoas-idosas-do-mercado-de-trabalho-formal)