Já faz quase dois anos que o mundo convive com a pandemia do já não tão novo coronavírus. Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto da doença constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
Diante dessa condição, foram adotadas medidas restritivas como quarentena, isolamento social, distanciamento físico, uso de máscara e higiene das mãos com objetivo de diminuir o contágio. Todos os esforços foram centrados no combate à doença e na diminuição da proliferação.
A pandemia desencadeou estresse em muita gente por seu caráter imprevisível e pelo perigo imediato que representa à integridade física e emocional dos envolvidos.
Agora, quando parecia serenarmos após o período mais agudo de pandemia, autoridades de saúde e governantes das nações estão alertas com a nova variante do coronavírus, reportada à OMS no dia 24 de novembro. A ômicron é vista como uma "variante de preocupação", pela quantidade de mutações genéticas e por seu potencial de causar mais reinfecções.
Apesar do avanço da vacinação, esforços sanitários e medidas de prevenção e combate ao coronavírus, o impacto da pandemia ainda é sentido pela maioria da população mundial. Para além da contaminação e questões físicas associadas, aponto o impacto relacionado aos aspectos emocionais e sintomas psicológicos que tanto as pessoas acometidas pela doença, como as que não contraíram o vírus podem apresentar. Os mais comuns: reações de estresse que envolve alteração do sono; sentimentos de insegurança; sintomas somáticos; irritabilidade; falta de concentração e comportamentos de evitação; transtornos psiquiátricos (Transtornos de Ansiedade, Depressão, Transtorno de Estresse Pós- Traumático-TEPT) e comportamentos de risco (abuso de álcool e tabaco, uso de medicamentos sem prescrição médica ou abuso dos mesmos quando já utilizado); aumento do suicídio; desarmonia entre a vida doméstica e trabalho e violência interpessoal.
As pesquisas apontam que durante as epidemias, o número de pessoas com a saúde mental afetada tende a ser maior que o número de pessoas afetadas pela própria infecção. Tragédias anteriores como na epidemia do Ebola, mostraram que as implicações para a saúde mental podem durar mais tempo e ter maior prevalência que a própria epidemia. Os comportamentos relacionados ao medo tiveram um impacto epidemiológico individual e coletivo durante todas as fases das pandemias, aumentando as taxas de sofrimento e sintomas psiquiátricos da população, o que contribuiu para o aumento da mortalidade indireta por outras causas que não a doença em si.
O impacto emocional causado pela pandemia aponta para a importância da Psicologia (como ciência dedicada ao estudo da mente e do comportamento humano) e dos profissionais da área. Nós como psicólogos podemos contribuir de forma efetiva no cuidado da saúde mental da população.
As repercussões dessa pandemia ainda serão sentidas a longo prazo. Assim, é tempo de aprimorar as práticas psicológicas e a boa formação. É tempo também de olhar para dentro de sí e aprender a identificar o momento de pedir ajuda.
Assim, aproveito a oportunidade para compartilhar que a FIB, por meio do curso de Psicologia, oferece atendimento psicológico e plantão psicológico. A Clínica Escola de Psicologia Aplicada (CEPAFIB) funciona no campus da instituição e está de portas abertas para ser um espaço de escuta e apoio para pessoas que estejam passando por momentos de dificuldades.