A primeira edição dos Jogos Paralímpicos aconteceu em 1960, quando a cidade italiana de Roma sediou as disputas, entretanto, o Brasil debutou apenas doze anos depois, em 1972, na cidade de Heidelberg, na Alemanha. Já o primeiro pódio veio em 1976, nos Jogos de Toronto, no Canadá, com a dupla Robson Sampaio e Luiz Carlos da Costa, que conquistou a medalha de prata no lawn bowls, uma modalidade que se assemelha à bocha e já não está no programa das Paralimpíadas.
Hoje, o Brasil é considerado uma potência paralímpica, terminando os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, e de Tóquio, em 2020, entre os dez melhores do quadro de medalhas, com 72 pódios em ambas as edições. Nos Jogos Paralímpicos de Paris, encerrados neste domingo (08), a delegação brasileira obteve a melhor marca da da história, ficando entre os cinco primeiros colocados no ranking de países medalhistas, com 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes.
“Os bons resultados do Brasil acontecem pelo investimento. As Loterias Caixa têm um valor sobre as arrecadações destinado às Paralimpíadas”, pontuou a Profa. Esp. Adeline Borini Gargioni, do curso de Educação Física das Faculdades Integradas de Bauru (FIB). De acordo com o Governo Federal, a delegação brasileira em Paris foi composta de 280 atletas, dos quais, 274 integram o programa nacional de Bolsa Atleta, representando 97,8% do total.
“Além desse investimento, o Centro de Treinamento, em São Paulo, é uma potência em infraestrutura e profissionais, é um local que oportuniza o aprimoramento dos atletas, promovendo treinamentos e campeonatos”, acrescentou a Profa. Esp. Adeline.
A estrutura na capital paulista recebe paratletas que são destaque em outros centros, inclusive no interior. “Os clubes que descobrem atletas em potencial encaminham para o CT, para que estes treinamentos continuem em paralelo. Assim como o Cláudio e a Cátia, do tênis de mesa de Bauru, que treinam nos seus clubes e com frequência vão para São Paulo para treinamento com os técnicos do CT”, explicou a docente do curso de Educação Física da FIB.
Outro ponto que favorece para que o Brasil seja uma potência nos Jogos Paralímpicos é a formação e desenvolvimento de professores. “O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com a Secretaria do Estado de São Paulo, oferece gratuitamente, cursos de capacitação em diversas modalidades paralímpicas para professores escolares, a fim de estimular o esporte paralímpico nas escolas, local onde se descobre muitos talentos, clubes e projetos sociais”, enalteceu Profa. Esp. Adeline.
Na graduação de Educação Física da FIB, o esporte paralímpico também faz parte da grade curricular. “Os alunos são apresentados aos conhecimentos para proporcionar o aprendizado de esportes por pessoas com deficiência e, caso estas pessoas tenham interesse ou potencial para ser atleta de alto rendimento, o melhor caminho é encaminhá-los para o CPB”, concluiu a docente.