O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo. Ela é uma planta originária da China e faz parte da família Fabaceae (leguminosas), assim como a ervilha, o feijão e a lentilha. O grão é rico em proteínas e pode ser consumido tanto por homens como por animais. Na produção alimentícia, é usado como matéria-prima para a produção de leite de soja, carne de soja, tofu (queijo de soja), doces, óleo de soja, farinhas, rações para animais, entre outros. Também está presente nos processos químicos de cosméticos, sabão e na produção de biodiesel.
Normalmente, no estado de São Paulo, a soja é semeada entre os meses de outubro e novembro, mas pode ser feita desde setembro até dezembro. Em outras regiões do Brasil, a soja pode ser semeada até os meses de maio e junho.
Nós conversamos com prof. Dr. João Paulo Teixeira Whitaker- docente do curso de Agronomia das Faculdades Integradas de Bauru (FIB), responsável pelas disciplinas de Produção e Tecnologia de Sementes e Pós-colheita de Grãos e Armazenamento- sobre as principais recomendações que o agricultor deve levar em consideração na hora de realizar o plantio da soja. Separamos algumas delas abaixo:
Escolha da cultivar: o sucesso da produção de soja está muito vinculado à etapa de plantio da lavoura. Nesta fase, todo planejamento deve ser feito com máximo de cuidado, pois os detalhes são decisivos. Destaca-se a necessidade da escolha da cultivar, ou cultivares, mais adaptada à situação de cada agricultor. Nem sempre o que é bom para o vizinho, é bom para si. Por isso, deve-se buscar ajuda especializada de profissionais da área, das empresas e instituições de pesquisa e extensão, para ter informações relativas ao desempenho de cultivares conforme as características de clima e solo mais semelhantes às áreas de produção do agricultor.
Qualidade da semente: a segunda preocupação é relativa à qualidade da semente a ser utilizada. Por isso recomenda-se a aquisição de sementes de qualidade comprovada, de empresas idôneas, e que sejam sementes com alto poder germinativo e alto vigor. A semente poderá, ou não, ser tratada com defensivos agrícolas e com inoculantes pela empresa de sementes, ou também poderá ser tratada/inoculada no campo. Neste último caso, recomenda-se fazer o tratamento/inoculação no mesmo dia que for semear.
Operação de semeadura: na sequência, deve-se planejar a importantíssima operação de semeadura, quando as máquinas semeadoras-adubadoras devem ser perfeitamente reguladas para a deposição da semente e adubo conforme recomendação técnica. Há necessidade de repetidas aferições deste maquinário durante os dias de serviço. A preocupação principal refere-se ao número de sementes que serão depositadas em cada metro, sem que haja falhas, para ser conseguida a população projetada. A profundidade de semeadura também deve ser constantemente conferida para que a emergência das plantas seja uniforme.
Dicas como as elencadas acima contribuem para o sucesso do plantio e da produção da soja. Alexandre Beraldo do Prado Giatti viu na prática como o conhecimento das técnicas fazem a diferença no cultivo do grão. Ele é aluno do 4º ano do curso de Agronomia da FIB e tem contato com o campo desde criança, pois o pai é agricultor. Ele e a família moram em um sítio na área rural de Arealva (42quilômetros de Bauru).
Na propriedade, a família faz o cultivo de soja. “É uma cultura bastante importante, que traz muitos benefícios para o solo. O principal deles é a fixação do nitrogênio, o que favorece a qualidade nutricional do solo e também a estrutura. Além disso, é uma cultura bastante valorizada e com uma boa produtividade”, explica Alexandre.
O aluno tem aplicado no cultivo da soja os diversos conteúdos apresentados no curso de Agronomia da FIB. “A faculdade tem professores capacitados, com muito conhecimento e que compartilham com a gente sua experiência prática”, conta Alexandre. “Depois que eu ingressei no curso, mudamos bastante o manejo fitossanitário da cultura, e o manejo do solo. Começamos a entender melhor a estrutura física, química e biológica do solo, a fenologia e a produtividade do grão”, completa ele.
“A cultura da soja está inserida na disciplina de Agricultura I, ministrada aos alunos do 4º ano de Agronomia da FIB, quando já estão com os conceitos e conhecimentos primordiais para compreensão dos inúmeros aspectos que envolvem a produção agrícola”, explica o prof. João Paulo.
As aulas teóricas são complementadas com as aulas práticas, realizadas na área experimental instalada no campus da FIB. O aluno pode acompanhar de perto a cultura ao lado da sala de aula, e observá-la desde a semeadura até a colheita.
Há também a oportunidade de realização de visitas técnicas a produtores de soja da região, o que permite aos estudantes vivenciar a realidade do agricultor.
Pequenos produtores e agricultores que precisem de orientação sobre o plantio e manejo da soja, podem solicitar uma consultoria gratuita pelo e-mail para agronomia@fibbauru.br. Caso seja necessário, um docente do curso de Agronomia da FIB poderá visitar a propriedade rural (mediante agendamento e disponibilidade).